Defesa do "Estripador" espera revogação da preventiva
Em declarações à agência Lusa, o advogado Melo Campos considerou que não há indícios "muito fortes, nem sequer fortes", de que José Guedes, um desempregado de 46 anos, residente em Matosinhos, tenha assassinado uma prostituta, em 2000, na freguesia de Cacia, Aveiro.
Embora tenha reclamado a prática deste crime na entrevista em que também se declarou o 'Estripador de Lisboa', José Guedes não confessou ao juiz de instrução a prática de qualquer homicídio em Cacia "ou de outros crimes da mesma natureza", assinalou o advogado.
No seu recurso, Melo Campos pede a libertação do seu cliente ou, quanto muito, uma medida de coação menos gravosa, como a prisão domiciliária.
"Mesmo que o tribunal entendesse que era necessário privar o arguido da sua liberdade, a Lei estabelece uma preferência pela medida vulgarmente conhecida por prisão domiciliária", declarou.
O recurso, que a Relação terá de decidir em 30 dias após a sua receção, só foi enviado para Coimbra no princípio do mês.
Isto porque, conforme assinalou, o Juízo de Instrução Criminal do Baixo Vouga, em Aveiro, "demorou mais ou menos três semanas para dizer que recebia o recurso e que o iria fazer subir à Relação".
José Guedes encontra-se detido preventivamente no Estabelecimento Prisional de Aveiro, onde chegou a ser alvo de uma tentativa de agressão.
"Depois, reforçaram a sua segurança e, que eu tenha conhecimento, nada mais houve de relevante, pelo que os direitos do arguido não estão a ser postos em causa no estabelecimento prisional", sublinhou o advogado.
Se José Guedes vier a ser julgado, sê-lo-á pelo caso de Cacia e por outros crimes que a investigação possa vir a descobrir, mas nunca pelos crimes de Lisboa, que ocorreram em 1992 e 1993, estando já prescritos.